domingo, 23 de junho de 2013

Cientistas devem visitar escolas





Muitas vezes me perguntam como comecei a me interessar por ciência, se era coisa de criança ou se foi na adolescência.

Gostaria de responder que tive mentores desde cedo, que um físico ou um biólogo visitou minha escola quando eu estava na 3ª série e fiquei encantado com o mundo da ciência. Mas não foi isso o que ocorreu comigo e não é, ainda, o que ocorre com a maioria das crianças.
Cientistas e engenheiros raramente visitam escolas, públicas ou privadas, para falar às crianças sobre o que fazem e por que o fazem. Nem mesmo as escolas de seus próprios filhos. Isso não faz o menor sentido.

A verdade é que meu interesse por ciência foi um acidente, algo que veio de dentro, uma urgência para entender como o mundo funciona e como podemos nos relacionar de forma profunda com a natureza.

Tive a sorte de passar meus verões na casa de meus avós em Teresópolis, na Serra dos Órgãos, a cerca de duas horas do Rio.

Lá, colecionei insetos e pedras, cacei morcegos, pesquei, subi e desci morro, corri de cobras, aprendi quais aranhas eram as mais peçonhentas, trepei em árvore e explorei matagais. Minha exposição à natureza foi direta, parte da infância.

Apenas mais tarde, quando comecei a ter aulas de física, química e biologia na escola, entendi que existia um método para estudar o mundo e as suas criaturas, um método que poderia se tornar uma carreira, uma escolha de vida.

Aos 13 anos, sabia que faria algo relacionado a ciências ou engenharia. Isso sem nunca ter visto ou conversado com um só cientista! Minha fonte de informação eram os livros, a TV e a minha família. (Que, aliás, até hoje não tem outro cientista.)

Toda escola deveria ter um programa que traz cientistas, matemáticos e engenheiros ao menos uma ou duas vezes ao ano para falar sobre suas pesquisas e suas vidas.
Não precisam ser pesquisadores famosos; alunos de doutorado também deveriam participar, da astronomia à zoologia. Pense na diferença enorme que um contato desses pode fazer na vida de um jovem.

Imagine a classe de 30 alunos sentados em suas mesas assistindo a uma apresentação cheia de imagens incríveis sobre o mundo das partículas, sobre a importância da química em nossas vidas, sobre os avanços da medicina, sobre como construir pontes e represas ou microchips e sondas espaciais, sobre buracos negros e outros planetas, sobre a revolução genética, sobre como a ciência define o mundo em que vivemos, mesmo que poucos parem para pensar sobre isso. Se cinco se interessarem, está ótimo.

Faço isso com frequência no Brasil e nos EUA. E vejo os olhos da meninada brilhando --até os adolescentes param de mandar torpedos--, a curiosidade aguçada, a possibilidade de um futuro que, antes, nem sabiam ser viável.

Falamos muito em transformar o ensino em nosso país, em reformas curriculares, formação de professores etc. Tudo muito importante.

Mas um primeiro passo simples e eficaz é que cientistas, engenheiros e matemáticos tomem a iniciativa, contatem escolas em sua vizinhança, começando com as de seus filhos, e façam uma ou duas apresentações por ano. São duas horas de seu tempo que podem transformar o futuro de milhares de jovens.

Publicação original em: Folha de SP

sábado, 15 de junho de 2013

Revista Horizon FCUL - Lisboa

É com imensa satisfação que eu, Douglas Ferrari, Fundador e Presidente do Grupo de Astronomia e Física Concórdia-SC Anuncio nova mais nova parceria na divulgação científica.

Horizon é uma revista criada pelos alunos do Departamento de Física (DF) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL). 

Juntamente com este anúncio publico aqui uma matéria que foi escrita em sua primeira edição da revista.

O Bóson de Higgs é a peça que falta(va) para se perceber a origem da massa das partículas elementares, como o elétron. Mas será que saber porque é que elas pesam justifica os 13 mil milhões de euros gastos no LHC ao longo dos últimos 20 anos? E, afinal, o que é que se descobriu?(...)

Pode ser visualizado aqui: http://horizon.fc.ul.pt/sites/default/files/backup/11_-_bosao_de_higgs.pdf

Obs: O texto está escrito em português de Portugal.




domingo, 9 de junho de 2013

GAFC na Escola - CES Seara

O Grupo de Astronomia e Física Concórdia-SC, realizou no dia 08/05/2013 a primeira atividade regional no Centro Educacional Seara, no município de Seara-SC.

Nas atividades foi apresentada palestra sobre Astronomia Geral,  Teorias para Origem do Universo e Astronáutica, com construção e lançamento de foguetes.

Realizado para as turmas de 9º ano (Antiga 8ª Série, do Ensino Fundamental) e 1ª Série do Ensino Médio do Centro Educacional Seara.

Palestra intitulada Astronomia & Astronáutica. Acompanhe a seguir algumas fotografias da atuação.




Derisnei Mendes e Ernani fazolo explicando a teoria do Big Crunch

Os membros Derisnei Mendes e Ernani Fazolo ministraram as atividades e palestras.




Que cheiro tem o Espaço?

Pergunta: Que cheiro tem o espaço?
Posted By: #DF




Resposta: a maioria das pessoas, inclusive eu, nunca havia pensado sobre o cheiro do espaço. Afinal, como você pode cheirar no vácuo? De acordo com os astronautas na estação espacial internacional (ISS), espaço tem de fato um cheiro; e uma bastante peculiar nisso.

Como você sabe, nós nunca seremos capazes de cheirar diretamente o espaço, uma vez que não há nenhuma atmosfera. Porém, depois de caminhadas no espaço, quando os astronautas se reinseriam na ISS, seus equipamentos e trajes espaciais retém o cheiro do espaço – da mesma maneira que suas roupas mantém o cheiro quando você deixa o jantar queimar.

Assim, que cheiro tem o espaço? Os astronautas têm dificuldade em descrever o cheiro, o oficial de ciência da ISS Don Pettit diz, "a melhor descrição que eu posso vir acima com metálica; uma doce bastante agradável sensação metálica" outras descrições incluem "metal quente" e "bife grelhado".

Como são os astronautas capazes de cheirar a fronteira final? Megan Garber do Atlântico escreve, "verifica-se que nós e mais especificamente a nossa atmosfera, são os que dão espaço seu tempero especial. De acordo com um pesquisador, os astronautas inalam o aroma que se movem juntamente com a massa da nave a estação é o resultado de 'vibrações de alta energias em partículas trazidas dentro da nava que se misturam com o ar.' "

O cheiro do nosso sistema solar é particularmente pungente, porque é rico em carbono e pobre em oxigênio.

Agora, você provavelmente está se perguntando a mesmo: 'que cheiro o resto do espaço tem?' Bem, estrelas ricas em oxigênio teria aromas reminiscentes de um grelhador a carvão.

No espaço interestelar, o cheiro seria bastante interessante. Bolsas escuras do universo, nuvens moleculares cheios de partículas de poeira minúsculos hospedam uma verdadeira miscelânea de odores, desde de açúcar, todo o caminho até o cheiro de ovo podre de enxofre.

Ah, e os astronautas da missão Apollo 11 teria comparado o fedor da lua com pólvora gasta.

E isso é que espaço tem cheiro.


Detalhes de imagem:

"Em 7 de fevereiro de 1984, o astronauta Robert Gibson usou uma câmera Hasselblad para tirar esta foto do astronauta Bruce McCandless II quando se tornou a primeira pessoa a voar sem cabo fixador a ISS no espaço. McCandless viajou mais de 300 metros do ônibus espacial Challenger, 150 milhas acima da terra."

Referências:

Imagem (antes de ser editada):http://spinoff.nasa.gov/Spinoff2008/images/ch-18.jpeg

Texto
http://www.theatlantic.com/technology/archive/2012/07/what-space-smells-like/259903/
http://theweek.com/article/index/230853/what-does-space-smell-like
http://io9.com/5927963/what-does-space-smell-like
http://www.space.com/16688-what-does-space-smell-like.html

Ação entre Amigos


A ação entre amigos para a popularização da ciência é de realização de Douglas Ferrari e Derisnei Mendes.

Ambos foram selecionados para fazerem parte da primeira equipe brasileira à realizar o curso de Capacitação em Ensino e Divulgação de Astronomia na Universidade de Leiden, Holanda. Ajude-os a fazer este curso e concorra à estes incríveis prêmios.