segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Marte reaproxima olhares da NASA

  Desde quando foi mirado os primeiros telescópios para marte em 1610 e com o aperfeiçoamento dos telescópios a imagem começou a ficar mais nítida em 1877 os telescópios passaram a aumentar a imagem do planeta que parecia ter o tamanho de uma moeda, comparado a atualidade é pouco, mas não foi pouco para que Giovanni Schiaparelli tentasse delinear as superfície do planeta vermelho e nomear as características geológicas, ele olhou o planeta noite após noite durante meses, o respeitado astrônomo Italiano traçou as linhas e lhes deu um nome. Schiaparelli interpretou-as como sendo "canais", não sabia ao certo. Como não existem linhas retas na natureza  os canais de Schiaparelli deram origem a ideia da possibilidade de vida inteligente no planeta vermelho...


Mapa de Marte e seus canais segundo Schiaparelli

  Mais tarde em 1894 o aristocrata  Percival Lowell ordenou a construção de um enorme telescópio em uma montanha do Arizona, passou as duas décadas seguintes observando atentamente a superfície marciana. Ele se convenceu que havia mesmo as tais linhas sobre a superfície do planeta e teorizou que havia alguma civilização antiga, que os construiu para levar a água que encontrava-se congelada nos polos para o equador do planeta. Foi neste contexto que H.G. Wells escritor de ficção científica inglês escreveu o livro A Guerra dos mundos (foi transformado em filme duas vezes, uma em 1953 e uma em 2005). Na noite de Halloween de 1938, o jovem ator chamado Orson Welles, dramatizou (narrou) no rádio a obra de H.G Wells, marcianos hostis invadem a terra e causam devastação, milhares de ouvintes acreditaram que a invasão estava realmente acontecendo, o mau entendido durou pouco, e facionou o público para a ideia da possibilidade de vida em marte.
   Em 1964, a NASA mandou uma pequena espaçonave rumo ao planeta vermelho ela era a MARINER 4, levava uma filmadora e poderia enviar imagens à Terra, mas poderia passar apenas uma vez pelo planeta vermelho, os cientistas estavam entusiasmados com o que poderiam ver. 
  
  
Imagem tirada da Mariner 4
Mariner 4



Imagem tirada pela Mariner 4
Imagem tirada pela Mariner 4


  Como você percebeu por algumas imagens recebidas pela sonda, os cientistas decepcionaram-se, não pela questão de qualidade de imagem, pois naquele tempo esta era a tecnologia possível, mas as próprias imagens acabaram por desanimá-los, pois eles constataram pelas fotos um planeta seco, desértico, crateras, ao invés de ver os canais?. Mas o desejo por explorar Marte não acabou.
   Em 1971, a NASA enviou a Mariner 9, ao invés de fazer igual a Mariner 4 passar somente uma vez por Marte a Mariner 9, foi projetada para permanecer em órbita e topografar toda a superfície do planeta. O trabalho duro valeu a pena, depois de uma tempestade de areia que cobria quase todo o planeta, conseguiu com sucesso topografar a superfície, ela descobriu um vulcão próximo ao equador marciano o Olympus Mons, que localiza-se em uma espécie de inchaço.
Mariner 9

Olympus Mons fotografado por Mariner 9


Vales Marineris em Marte, nome em homenagem.
a sonda Mariner 9, descobridora destes vales.
   Depois do sucesso da missão das Mariners o próximo grande objetivo da NASA seria enviar uma espaçonave ao solo marciano, os cientistas estavam ansiosos para analisar o solo do planeta e buscar por sinais de vida no chão do planeta, pois já havia comprovado-se que havia água em estado liquido no planeta outrora. Em 1976 chegou ao solo a sonda Viking 1 com sistema de aterrissagem e coletores de amostras de solo e instrumentos robóticos para testes. A sonda não encontrou absolutamente nada, nenhum sinal de forma de vida, mas em contrapartida a sonda que levou a Viking permaneceu orbitando o plante e captou imagens que causaram euforia entre os cientistas e a sociedade após serem divulgadas. Um fenômeno geológico que surpreendentemente parecia com um rosto humano.
Rosto Captado pela sonda da Viking em órbita Marciana

  Com um fantástico jogo de sombra e luz esta imagem acabou por enganar muita gente, onde na realidade é apenas um agrupamento de montanhas que cria a ilusão de ser um rosto, nosso cérebro tenta assemelhar tudo o que vê a algo familiar. Após o fracasso das sondas Viking por marte, na tentativa de encontrar sinais biológicos no planeta a exploração por ele perdeu foco e interesse pela comunidade científica.
   *Em 1984, foi descoberto um suposto meteorito de origem marciana chamado ALH 84001 com 4-5 bilhões de anos, crê-se que tenha sido lançado ao espaço quando Marte foi atingido por um meteorito, supostos microrganismos marcianos dentro dele vaguearam durante 5 milhões de anos pelo cosmos até cair na Antártida, no Planeta Terra, onde foi descoberto por exploradores.
Em 1996, pesquisadores estudaram o meteorito ALH 84001 e reportaram características que atriburam a micro-fósseis deixados pela vida em Marte. O meteorito tido como a prova para alguns cientistas que Marte tinha atividade biológica no passado já que contém o que parecem ser fósseis de microrganismos, mas, curiosamente, algumas semanas após a coletiva de imprensa, cientistas apresentaram evidências de que os sinais de vida eram querogênio produzido pela contaminação terrestre. O assunto continua em debate.*(entre asteriscos é de origem do wikipedia).
  Após este fato o planeta vermelho atraiu novas especulações sobre a possibilidade de vida, e recomeçaram vagarosamente novas explorações. Em 2003 a NASA enviou dois foguetes para marte, missões à marte são possíveis uma vez a cada dois anos e o lançamento tem que ser programado, para que a nave e o planeta se encontrem em um local específico, a viajem pode durar até 7 meses e a trajetória tem que ser perfeita. Confira abaixo a demonstração.
*Créditos do vídeo para History Channel

 Depois desta breve história entendemos que permaneceu um bom tempo sem explorações em Marte e agora  está novamente ganhando-se o gosto pelas possíveis novas descobertas em Marte. 
Confira abaixo a reportagem encontrada no site da revista INFO : http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/nasa-busca-elementos-da-vida-em-marte-05122011-6.shl

Nasa busca elementos da vida em Marte



A sonda Curiosity, enviada na semana passada ao planeta vermelho

O que produz o gás metano detectado no rarefeito ar marciano? A luz solar desintegra as moléculas de metano com facilidade, de modo que as emissões de metano são todas recentes.

Será que o gás se origina de algo vivo? Há seres que vivem sem oxigênio e também produzem metano.
A NASA, Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço americana, pode obter respostas para essas perguntas em breve. Uma nave espacial chamada Laboratório Científico de Marte foi lançada de Cabo Canaveral, na Flórida, no dia 26 de novembro, e vai chegar a Marte em agosto de 2012. Ela vai levar até lá um veículo do tamanho de um SUV, chamado Curiosity, que carrega um dispositivo capaz de detectar metano no ar. Se o experimento for bem-sucedido, vai despertar entusiasmo em relação à possibilidade da existência de formas de vida em Marte.
"Marte tinha condições favoráveis ao surgimento da vida _ e ponto final", disse Michael J. Mumma, cientista da NASA, que atua no Centro de Voos Espaciais Goddard, em Greenbelt, Maryland. Mumma liderou uma das três equipes que fizeram afirmações ainda polêmicas sobre a detecção de metano na atmosfera de Marte.
Como Marte é menor do que a Terra, passou mais rápido por um processo de resfriamento, e provavelmente teria tido condições favoráveis à vida mais cedo. Isso levanta a intrigante hipótese de que pedaços de Marte contendo microrganismos tenham sido lançados ao espaço ao serem impactados por asteroides e aterrissado na Terra, trazendo elementos que constituíram a vida aqui.
A possibilidade da existência de marcianos alimenta há muito tempo a imaginação dos terráqueos. Mas a Mariner 4, primeira sonda espacial a zumbir em Marte, em 1965, enviou imagens não de florestas verdejantes, mas de rochas estéreis. E em 1976, duas sondas Viking da NASA analisaram o solo e o consideraram desprovido dos elementos orgânicos que constituem a vida.
"Houve uma reação negativa das pessoas que acharam que os aspectos biológicos foram superestimados e que a pesquisa ofereceu uma conclusão prematura", disse Christopher F. Chyba, astrofísico da Universidade de Princeton.
Algumas das marcas geológicas presentes em Marte, como barrancos, leitos de lagos secos e cânions colossais, indicam um passado em que poderia ter existido água no planeta. Os últimos dois veículos da NASA que visitaram Marte encontraram provas convincentes da existência de ambientes que foram habitáveis no passado. O Curiosity vai procurar moléculas à base de carbono, como o metano, que são os elementos constitutivos da vida.
Imagens recentes da órbita de Marte mostram que ainda pode haver água, ocasionalmente, fluindo na superfície de Marte. Novos conhecimentos a respeito da vida na Terra e de como ela pode prosperar em ambientes aparentemente hostis, como as águas em ebulição localizadas perto de respiradouros vulcânicos no fundo do oceano, também fizeram com que os cientistas levassem mais a sério a hipótese de que ainda exista vida em Marte. Em 1996, cientistas anunciaram ter encontrado micróbios fossilizados em um meteorito marciano que tinha caído na Antártida. Essas alegações permanecem controversas.
Mas os experimentos que o Curiosity carrega não têm como objetivo dizer se os elementos constitutivos da vida se uniram ou não para viabilizar formas de vida. Isso é frustrante para Gilbert V. Levin, que acredita que sua experiência com as sondas Viking, 35 anos atrás, projetadas para encontrar formas de vida, de fato identificou formas de vida.
Gotas de uma solução de nutrientes contendo carbono-14 radioativo foram aplicadas ao solo marciano, e um fluxo de dióxido de carbono radioativo brotou do solo. Isso é o que se espera de microrganismos.
Para descartar a possibilidade de que um processo químico não biológico tivesse gerado o dióxido de carbono, outras amostras foram esterilizadas a 160 graus Celsius. Nenhum dióxido de carbono radioativo foi visto brotando das amostras quando as gotas de nutrientes foram aplicadas, o que confirma a hipótese de que o calor matou os micróbios marcianos. Se um processo não biológico estivesse em jogo, o dióxido de carbono radioativo teria sido detectado também após a esterilização.
Outros experimentos das sondas Viking não conseguiram detectar quaisquer moléculas orgânicas.
Contudo, em 2008, a sonda Phoenix, da NASA, encontrou substâncias químicas conhecidas como percloratos no solo marciano. O detector de moléculas orgânicas das sondas Viking aqueceu o solo para liberar elementos orgânicos. Aquecer moléculas orgânicas na presença de percloratos destrói estas substâncias; por isso, se elas realmente estavam lá, o experimento das sondas Viking pode não ter identificado sua presença.
O Dr. Levin disse que uma versão mais sofisticada de seu experimento teria como validar ou refutar definitivamente os resultados das sondas Viking.
Mas as duas missões das sondas que darão seguimento ao projeto que envolve o Curiosity _ colaborações entre a NASA e a Agência Espacial Europeia _ não planejaram fazer uma versão do experimento do Dr. Levin. O governo Obama, preocupado com orçamentos apertados, cogita cancelá-las.
"Isso prejudicaria todo o projeto de pesquisa de formas de vida em Marte, extintas ou existentes," disse Dr. Mumma. "Seria um desastre."








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